Durante (apenas) um ano tivemos o privilégio de ter entre nós uma jovem no início do exercício da carreira profissional afim das habilitações superiores que possui, com a missão de organizar e dinamizar acções de entretenimento e de lazer dirigidas às pessoas com idade a partir de 50 anos, abrangendo as três freguesias que assinaram o projecto em curso da Obra Social Riba Lima: Lanheses, Vila Mou e São Salvador da Torre.
Por força da cessação do contrato que celebrara com a Câmara Municipal de Viana do Castelo para o cumprimento das acções constantes dos seus programas de apoio à pessoa idosa, a drª Joana Barros já não poderá prosseguir com o projecto que aqui vinha desenvolvendo de forma tão profícua e apaixonada.
Quem privou de perto com esta educadora de figura ilusoriamente imatura e de aparente fragilidade física, não precisou de muito tempo para se aperceber de estar em presença de uma pessoa com uma enorme sensibilidade para entender e cativar o grupo etário heterogéneo que congregou ao seu redor, da sua capacidade de organização e liderança, na percepção dos costumes e das tradições do meio rural que desconhecia e a matriz da cultura e saber da sua gente, e, bem assim, testemunhar os sucessos verificados nas muitas e variadas iniciativas que promoveu sempre com paciência e simpatia imensas nas relações com as pessoas com quem contactava.
Aqueles que, comigo e com a minha mulher, integramos diversas acções do programa aqui posto em prática e tomarem conhecimento do que agora escrevo sabem bem que não há qualquer exagero no reconhecimento do mérito devida à Joana, comprovado pelas muitos gestos de carinho que lhe eram prestadas nos convívios realizados.
A Joana escreveu-me por e-mail palavras de muita simpatia que sinto serem genuínas e, por isso, as tenho por muito gratificantes, mas, que não posso deixar de considerar, manifestamente, desmedidas. Por isso, entendo-as como extensivas ao grupo de mulheres e homens que viveram esta frutuosa experiência, divulgando o belo texto por ela escolhido para nos dizer dos sentimentos e emoções que guarda da vivência em comum nesta localidade.
"Dedico este poema a todos aqueles que me acompanharam e me fizeram muito feliz ao longo da minha estadia por aí e é claro que você teve um peso enorme nesta felicidade.
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Fernando Pessoa
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".
Fernando Pessoa
sr remigio holhe que o seu macaquinho tem um bocado de vermelho hihihi e para rir parabens pour tudo que faz david pereira
ResponderEliminardavid pereira:
ResponderEliminarNão admira. É o "Orelhas"...
Abraço.
Remígio.
Emocionei-me ao ler todo o texto que me dedicou!
ResponderEliminarAgradeço do fundo do coração todo o seu empenho e carinho!
um dia que as minhas garras se escondam, venho ler o que escreveu para voltar a ficar forte:)
Um abraço apertado
Joana Barros