MIGUEL TORGA - 1907 - 1955
O dia 29 de Abril de 2015 vai ficar no acervo das recordações mais gratas da vida da ainda jovem Academia Sénior, do IPVC. E o fundamento que garante a veracidade da afirmação resulta do sucesso alcançado na visita efetuada ao espaço torguiano do Poeta na senda dos passos e espaços percorridos pelos relevos e cumes bravios das montanhas graníticas que fizeram o seu berço.
Busto de Miguel Torga no Largo do Eirô, da autoria de Laureano Ribatua.
Miguel Torga tem vindo a ser objeto de estudo na área da Língua e Literatura Portuguesa da Academia, sob a superior coordenação e orientação do Mestre José Luís Carvalhido da Ponte, um estudioso e apaixonado admirador da obra do poeta transmontano, que se disponibilizou para acompanhar os académicos séniores a São Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás os Montes, numa visita destinada a melhor compreender a personalidade do escritor e a sua obra.
Tudo foi visto e explicado ao pormenor como se o professor jubilado Carvalhido da Ponte tivesse sido o padre Adelino, amigo e vizinho de Torga e companheiro nas batidas às perdizes. Desde o moderníssimo e amplo Espaço Miguel Torga construído em xisto, concebido por outro génio mas da arquitetura Souto Moura, a casinha restaurada muito perto onde nasceu, o negrilho-monumento no acolhedor Largo do Eirô a poucos passos, a campa rasa onde repousa com a mulher sob uma pujante torga florescente, a escola primária que frequentou e se mantém ativa, a capelinha da Senhora da Azinheira e o "centro da circunferência de 380º de vistas" de relevos colossais castanhos cobertos de céu azul, terminaram no alto de São Leonardo da Galafura, "na proa de um navio de penedos" do "Reino Maravilhoso" onde Miguel Torga foi comandante "a navegar num doce mar de mosto, Capitão no seu posto, De comando, S. Leonardo vai sulcando, As ondas, da eternidade, Sem pressa de chegar ao seu destino Ancorado e feliz no cais humano, É num antecipado desengano, Que ruma em direcção ao cais divino".
O tronco do negrilho que resta do ulmeiro gigante referenciado por Torga na sua obra, hoje monumento de referência no centro cívico de S. Martinho da Anta, Largo do Eirô.
Sob uma azinheira antiga à sombra da qual Torga criou o poema e se inspirou, a Senhora da Azinheira na Capela branca ao lado e, ao fundo, muito abaixo numa lonjura que atrai e não cansa , um espelho languidamente sinuoso colorido de azul de cobre leva para o mundo o encanto e o misticismo o sabor a mosto de uma terra que seduz e nos comove, no esmero das cêpas em linha nos sucalcos como degraus de escadinhas encostadas à montanha, sublimada nos versos declamados na voz do Mestre, "sente-se" a inefável leveza do espírito do Poeta a pairar na atmosfera pura e bucólica que o formou e marcou a sua profícua mas singular existência.
Espaço Miguel Torga, obra em xisto do arquiteto Souto Moura, em São Martinho da Anta, terra natal do Poeta.
Já a tarde crescia e o almoço chamou o grupo à terra ou melhor, ao restaurante, onde o cabrito assado no forno "ligou" a preceito com a poesia e textos torguianos na interpretação de uma colega transmontana Houve momento para celebração de muitos anos de casados e uma anuência à solicitação correspondida (pela "noiva"...) de um beijo público sublinhado com palmas. Depois, o regresso pela Régua, uma vista de médico, que o tempo escasseava, aos vitrais da Casa do Douro e a chegada a Viana com o sol no ocaso, mas com a sensação de um dia bem passado, suculento de cultura e solidificação de amizades merecedor de certificado de garantia para novas futuras iniciativas.
O grupo da Academia Sénior posa junto ao monumento do Largo do Eirô.
A Igreja da vila de S. M. da Anta
Túmulo em campa rasa por vontade do Poeta e de sua mulherAndrée Cabreé, belga.
A torga que o Poeta adoptou para o pseudónimo, planta bravia autóctone que cresce nas fendas dos penedos e se torna difícil de arrancar. Miguel, Torga foi buscar aos nomes de Miguel de Cervantes e Miguel Unamuno por quem nutria muita admiração.
A Escola onde Miguel Torga aprendeu as primeiras letras com o professor Botelho, que continua ativa em 2015.
A ermida da Senhora da Azinheira.
Na rota das peúgadas de Torga.
Onde a vista se estende num raio de 360º graus, num oceano de granito e formusura.
Para mais tarde rever e recordar.
Flores silvestres que provocam sorrisos lindos.
DOURO, EM CADA RECANTO UM TESOURO
O "DOIRO" DE TORGA.......
PANORAMA ARRASADOR...
A PROA ROCHOSA DO COMANDANTE TORGA
MEU DEUS, QUE "REINO MARAVILHOSO"
TORGA, SEMPRE PRESENTE NO CORAÇÃO, MENTE E VOZ DE LUÍS CARVALHIDO DA PONTE, SEGUIDOR E COMO ELE, TAMBÉM POETA.
A S. LEONARDO DE GALAFURA
"DEBAIXO DOS SEUS PÉS DE MARIN HEIRO"
A VISITA AO ESPAÇO MIGUEL TORGA, COM O RESPONSÁVEL DR.JOÃO SEQUEIRA (QUE JÁ PASSOU POR VIANA) E CARVALHIDO DA PONTE.
RETRATOS DE LUÍS FERREIRA ALVES
Mestre José Luís Carvalhido da Ponte, em cima; retrato de Miguel Torga, em baixo.
Torga, o objeto da atenção.
DOCUMENTÁRIO: O DOURO NOS CAMINHOS DA LITERATURA.
ESPAÇO FUTURISTA...
...E DO PASSADO REQUALIFICADO. A CASA DA FAMÍLIA CORREIA DA ROCHA.
Não houve espaço para todas. Estas poderão ser suficientes para aumentar o interesse de quem não teve ainda oportunidade de fazer uma viagem até São Martinho da Anta. Vendo, conhece-se mais e melhor.
FOTOS doLETHES
Remígio Costa.
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