Se,
no dia de hoje, andou preocupado com assuntos que nada têm a ver com a
realidade do seu dia a dia, então, não serei eu a vir para aqui
recordar-lhe aqueles que nos respeitam directamente e nos afectam de
forma compulsiva na vida real de todos os dias. Muito menos nas vésperas
da chegada da quadra natalícia, que convoca as pessoas para a
solidariedade, tolerância e perdão, qualidades que, por vezes, deixamos
adormecidas a maior parte do ano nas nossas relações com os outros.
Esta trégua,
chamemos-lhe assim, na verbalização do descontentamento que alastra
como nódoa de azeite em toalha de linho entre os cidadãos mais
desamparados e fragilizados fisicamente, que são os velhos e o idosos,
perante um cenário já não de ameaças, mas, de confirmados atentados aos
direitos e garantias de muitos portugueses, não vai calar a voz de
protesto e de revolta que cresce dentro de cada um dos atingidos até ao
momento em que ele deverá manifestar-se com a razão que assiste ao
injustiçados e maltratados.
Por
agora, acompanho Manuel Bandeira, com a esperança de que em Pasárgada
encontre um lugar de homens de palavra, fiáveis e estadistas capazes de
assumirem a condução dos destinos dos cidadãos que lhes confiam a segurança
das suas vidas.
“Vou-me embora pra Pasárgada”, um poema de Manuel Bandeira
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
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ResponderEliminar1-.
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2-.Thank you....
Pedido do autor:
O "meu" conhecimento actual de inglês não chega para entender o verdadeiro sentido dos comentários aqui divulgados.
Haverá alguém entre os meus visitantes que queira ajudar-me traduzi-los para português?
Agradecido, desde já.
Remígio Costa.
Muito obrigado por outro grande artigo. Onde e que alguem pode encontrar uma infromacao deste genero tao bem escrita? Eu tenho uma apresentacao na proxima semana e eu estou a procura de tal informacao. Meu Site e>What is addiction.
ResponderEliminarEu tenho a certeza que este Post tocou toda a gente na Internete,isto e muito, muito bom Post para criar um nove "Weblog" A Minha "Wepage" bacalao (Bacalhau?)
Um abraco
anónimo das 20:29
ResponderEliminarObrigado.
rc.