DESDE 1936 A PRESTAR BONS SERVIÇOS A LANHESES
O magnífico complexo da Casa do Povo, bem localizada e com excelente acesso.
A fundação da Casa do Povo de
Lanheses tem a data de 31 de Março de 1936, celebrando assim na próxima
segunda-feira o 78º aniversário.
A iniciativa da criação é
atribuída a um grupo de cidadãos tendo à frente Francisco Dias de Carvalho e
António da Silva Franco, os quais tinham inicialmente intenção de criar uma
Sociedade Agrícola de Instrução e Recreio. Superadas as dúvidas das autoridades
tutelares quanto às intenções dos promotores, o delegado do Instituto Nacional
de Trabalho e Previdência acabou por autorizar a criação de uma casa do povo
cuja finalidade não se afastava muito da Sociedade Agrícola que pretendiam
legalizar.
Os primeiros dirigentes da
Casa do Povo de Lanheses foram o capitão Gaspar Malheiro Pereira de Castro,
presidente da assembleia geral, professor Manuel António Gabriel Gonçalves,
vice-presidente do mesmo órgão e, como presidente da direção, António da Silva
Franco, fundador da Sociedade Agrícola.
No âmbito das atividades que
levaram à sua criação, as respeitantes à instrução e cultura mereceram desde
logo o maior incremento. Deste modo e sob a orientação do professor Gabriel
Gonçalves, criaram-se um curso noturno, fundou-se um Grupo Cénico e o Rancho
Regional de Lanheses.
O antigo edifício da Casa do Povo no Largo Capitão Gaspar de Castro, atualmente convertido ao comércio e serviços
O desporto viria a ter um
grande incremento sob a animação de Rogério Pimenta Agra e outros, levando à
construção do campo de futebol nos Cutarelos em 1952, com a equipa sénior a
participar nos campeonatos amadores organizados para trabalhadores sob o
patrocínio da F.N.A.T. (INATEL). Entretanto, não pararam na Casa do Povo a atividade
do teatro amador, durante algum tempo sob a orientação de Rogério Dantas Rio,
com a participação do padre Alberto Faria um pouco a seguir, e (sempre) com o entusiástico
e prestimoso envolvimento de Rogério Pimenta Agra, mantendo-se em atividade o
Rancho Folclórico especialmente na participação do cortejo das Festas da
Agonia, em Viana do Castelo.
No seu início, a Casa do Povo
funcionou provisoriamente no primeiro andar do prédio que foi de João de Sousa do
Vale e hoje é um café e mini mercado, no Largo Capitão Gaspar de Castro. O
primeiro edifício de raiz principiou a ser levantado em 1935, para ser
concluído no ano seguinte. Em 1977 e já sob a gerência de Francisco Dias de
Carvalho que assumira a presidência em 1937 e a manteve ininterruptamente até
1981, a Casa do Povo passou a ocupar no novo e grandioso edifício levantado a
poente do Centro Cívico da Freguesia em terreno negociado com a Casa d’Almada,
a qual ficou na posse do prédio do Largo Capitão Gaspar de Castro, hoje
transformado em centro de várias lojas de comércio e serviços.
Fotografia colhida no grande nevão que ocorreu 1962, onde aparecem quatro lanhesenses que participaram em atividades da Casa do Povo por alturas da década de 50, com a Casa do Povo, lado poente, ao fundo. Três deles podem ainda recordar este momento irrepetível.
Mantendo todas as suas
valências e objetivo originais nas áreas do apoio médico-social, cultural e
desportivo, as novas e amplas instalações, agora dotadas de um grandioso
pavilhão gimnodesportivo, viriam a possibilitar o alargamento a várias
modalidades do desporto, de lazer e na realização de espetáculos musicais e
sessões públicas, estendendo a outras localidades os benefícios da sua
utilização.
Com a criação na freguesia do
ensino oficial, a Escola Secundária passou a utilizar com protocolo com o
Estado o pavilhão gimnodesportivo para a lecionação das aulas curriculares de
Educação Física e Desporto Escolar, a partir de 1989, situação que se mantêm
até agora e garante a gestão financeira das instalações. Entretanto, o edifício
sofreu sucessivas intervenções de restauro e ampliação, deixando de ali funcionar
o posto médico após a abertura do Centro de Saúde local, em Casal Maior, tendo
sido remodeladas a área dos serviços administrativos e de BAR e espaço circundante.
Paulo Dantas Rio assumiu a direção da Casa do Povo em 1 de Dezembro de 2011, abdicando do cargo por razões de foro privado.
A instituição estava até há
pouco tempo a ser dirigida por Paulo Rogério Dantas Rio desde 1 de Dezembro de
2011, num mandato para três anos, o qual abdicou do cargo recentemente por
razões de natureza particular, estando a gestão a ser assegurada por uma
comissão administrativa liderada pelo presidente da Assembleia Geral, Manuel
Loureiro, até à realização de eleições.
Fotografia de uma cena de teatro da peça "Os Vizinhos do Rés-do-Chão", dos anos 50. Repare-se no interesse que os lanhesenses nutriam pelo teatro, que esgotavam o salão a cada sessão ali realizada e nas lindas "meninas" que tão bem sabiam representar. Lindos tempos, sem dúvida.
Tendo nascido no ano da sua
fundação, acompanho a vida da Casa do Povo de Lanheses a par e passo desde o
início da segunda metade do século vinte, participando desde então de forma
atuante mais ou menos intensa e em períodos e responsabilidades variados, no
teatro, futebol e iniciativas por ela desenvolvidas. Posso testemunhar o importante
contributo prestado ao longo de algumas décadas pela Instituição a Lanheses e
às freguesias que lhe são próximas, mas, também, a dedicação, competência, o
bairrismo e o entusiasmo dos homens e mulheres que a representaram, e agora
representam, seja na qualidade de dirigente, atleta ou figurante desde a sua
fundação até aos dias de hoje.
Uma Casa que, sendo do Povo, nos enche de orgulho e muito nos prestigia.
Parabéns, meritória Casa do Povo de Lanheses.
(Escrito segundo o Acordo Ortográfico em vigor)
Bibliografia –
Subsídios para uma monografia, prof. Gabriel Gonçalves.
Fotos e texto:
Remígio Costa.
Boa tarde,
ResponderEliminarDepois de uma leitura atenta da longínqua historia da Casa do Povo, e, reflectindo sobre algumas das passagens do mesmo texto, que escrito por pessoa com grande conhecimento e causa e alegria com que produz estes temas sempre actuais,
Mas para mim fica uma estranha sensação de que esta mesma Casa do Povo, é por muitas vezes olhada sem o verdadeiro valor que a mesma na sua génese tem, vista com preconceitos negativos e distorcidos de ambiente actual.
Olhamos para as suas direcções empenhadas sem materialismo pessoal que lhes ocorrera trabalhando num contexto de desinteresse e sacrifícios muitas das vezes para tentar o êxito da Instituição nobre a que foi criada.
Olhando ao redor desta freguesia não deslumbramos muitos destes edifícios e sua finalidade a Tradição e Cultura das gentes, por isso deve ser sempre olhada pela lupa da grandeza e positividade da comunidade que a criou e onde se insere.
Mas, as suas valências varias desde um serviço qualitativo ao cliente ao seu apoio aos jovens, é relevante num conxteto da sociedade actual, assim deve haver uma maior acção intergeracional da população para o fim comum que se pretende.