As imagens que a TV registou na reportagem, comentadas por um neto do fundador (não tomei nota de nomes limitei-me a confrontar o que via entre a quase incrudelidade e um sentimento de tristeza em contraste doloroso com o que a memória que guardo da época áurea da Fundação Alba), num cenário tétrico de um pavilhão deserto onde trabalharam dezenas de homens e mulheres, recordava o passado do que foi uma das indústrias mais prósperas de Portugal.
Por alguns minutos perpassaram no meu pensamento outras grandes indústrias e empresas que se extinguiram, como a Siderurgia nacional e a Setenave, do Seixal, a construtora de carruagens da Amadora, as fábricas de cimento, a Fábrica Oliva, em São João da Madeira, a Fundição Oeiras, as fábricas de conservas de Matosinhos e do Algarve, as empresas de pesca e a indústria da seca do bacalhau, as oficinas de Alverca, as fábricas de têxteis do Mindelo e do Vale do Ave, a Mabor, as minas de Moncorvo e S. Domingos, a Construção Naval e a actividade intensa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e de São Jacinto, as cooperativas da lavoura e a agricultura no Alentejo quando se falava mas não havia o "maior lado artificial de Europa", as mil máquinas das oficinas abandonadas das escolas técnicas onde se formavam grandes especialistas e artistas com emprego garantido, um desfiar de bens e potencialidades que marcaram um Portugal virado para os seus próprios recursos utilizando a sua mão de obra especializada, competente e empenhada.
Portugal fez uma viragem histórica na sua economia com a integração na União Europeia. Para o bem ou para o mal, cada um é livre de fazer o juízo que mais lhe aprouver. Mas é bom que cada um de nós se consciencialize do que verdadeiramente faz mover a humanidade e quem na realidade a controla...
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