sábado, 14 de janeiro de 2012

NEM IGUALDADE, NEM SOLIDARIEDADE NEM HONESTIDADE.



        Se eu viesse para aqui escrever que Portugal "vai de mal a pior" não estava senão a fazer eco daquilo que todos ouvimos em qualquer lado que estejamos. Pelo menos, nos locais frequentados pelo povo comum porque naqueles onde só os "senhores do mundo" têm acesso e se movimentam os milhões tudo vai de "vento em popa": são as nomeações para cargos em empresas privadas que conferem remunerações insultuosas e sinecuras pornográficas, destacamentos e comissões de serviço de funcionários na função pública com garantia de vencimento dos subsídio de férias e de Natal, a resistência em ceder no corte de dois meses nas pensões milionárias de antigos (e actuais) funcionários do Banco de Portugal, a "sem vergonhice" de reconhecer a acumulação de choruda reforma com um baú mensal de milhares de euros, e, enfim, um incontável rol de escandalosas (!)  arbitrariedades e roubalheiras que diariamente nos agridem na nossa fragilidade de espoliados sem esperança.

           Foram biliões de euros que chegaram a Portugal desde a adesão à UE que se destinavam a fazer sair esta Nação de trabalhadores e aventureiros e era suposto que, se tivessem sido bem geridos e honestamente aplicados ao fim a que se destinavam, hoje, seríamos um país de economia sólida, autónomo e afastado do agiotismo implacável do capital internacional, e, não catalogados como "lixo" e a esmolar crédito para sobreviver.

          A ninguém restam dúvidas que se nestes últimos trinta anos não tivéssemos eleito vigaristas, incompetentes, burlões, criminosos, vaidosos e farsantes, se este povo humilde, honesto e trabalhador tivesse sido dirigido com sabedoria e eficiência nunca estaríamos neste "beco sem saída" e às portas da bancarrota. E, mal dos males, é que, actualmente, tudo parece andar "sem rei nem roque", com navegação à vista, tal qual um enxame de vespas sem mestra ou como uma lancha no mar alto de mastros partidos e sem vento que a mova, cada um roubando mais do que o outro, bajulando e rastejando por um "tacho" para ter acesso às mordomias concedidas às elites dominantes.


       

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