sábado, 5 de setembro de 2020

A EROSÃO DA MARGEM DIREITA DO LIMA, EM LANHESES

 

          Passados que vão os anos estimados por Pedro Teiga (cinco) para testar a eficácia do método por si proposto para travar a erosão das margens dos rios, poder-se-à aceitar que a experiência aplicada no rio Lima, em Lanheses, no sítio de Passagem, obteve êxito na quase totalidad da linha da intervenção, tendo-se verificado algumas dificuldades na contenção do desgaste apenas nos dois pequenos espaços abertos para o acesso pedonal ao rio. Como amplamente foi aqui divulgado desde o início dos trabalhos, o método experimentado pelo engenheiro Pedro Teiga assentava sobretudo nas antigas práticas dos lavradores com propriedades confiantes com cursos de água, os quais recorriam à implantação de árvores e arbustos nos extremos dos terrenos com vista à proliferação de raízes que sustentariam a terra nas correntes fortes dos rios e regatos, reforçando nalguns casos as margens com blocos de granito.

 

         O sistema foi implantando em Lanheses desde o fim da Avenida Rio Lima e a ponte desenhada por Edgar Cardoso, numa distância calculada de cerca de 500m. Lançaram-se cinco esporões intervalados (pedras avulsas de alguns quilos alguns metros dentro do curso do rio), criou-se uma entrada calcetada para barcos, plantaram-se árvores autóctones em toda a extensão da margem e foram colocadas faxinas (molhes de ramos mais finos) seguras por esporões de madeira, sendo comprovável o crescimento que obrigou já a desbaste e a limpeza geral.

 

   Contudo, o mesmo êxito não pode ser confirmado relativamente aos dois acessos pedonais ao rio a que aludimos no início. Aí, a pressão da corrente nos caudais mais intensos na época das chuvas, e sobretudo a ondulação provocada pelas embarcações, designadamente as de recreio com motor fora de borda, investe na margem removendo a areia de que é constituída. Os dois locais têm sido objeto de restauração, é certo, mais ou menos aprofundadas e dispendiosas, mas sem o efeito pretendido na medida em que os blocos de pedra colocados não ficam devidamente consolidados e a areia sobre a qual são posicionados facilmente desaparece arrastando-os da posição certa. Com a maré baixa, ficam à vista o desalinhamento das pedras e as inclinações das escadas e paliçadas de madeira existentes.  É o inverno vem a caminho.









Fotos: doLethes

Remígio Costa

   

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