Antes de iniciar a busca para encontrar alimento a garça-real, que nos últimos dias tenho avistado à luz nítida do sol do meio-dia na zona do Parque Verde, em Lanheses, fica imóvel por tempo alongado num ponto isolado estrategicamente atenta e vigilante , como que avaliando as condições de segurança do espaço envolvente. Move e alonga de quando em vez o esbelto pescoço, alisa com o bico uma pena desalinhada, e fica de novo esbelta e fascinante numa pose que a própria estrela cinematográfica Audrey Hephburn ou a princesa Grace Kelly não desdenhariam plagiar num filme de Hollyood. Depois, decide-se, amplia os passos silenciosos e demorados, e pára para fixar o olhar em algo interessante que descobriu. Serve-se, continua a embrenhar-se na densa erva seca como de estiva, tornando-se oculta aos olhares de outros animais.
À distância, fui registando as fases triviais da busca da refeição de Sua Nobre Graça, cativado pela busca tranquila de uma necessidade vital da sobrevivência de um ser livre da Natureza, a quem o Homem numa inspiração feliz chamou garça-real.
E é: real e tem (muita) graça.
FOTOS: doLETHES
Remígio Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário