quarta-feira, 15 de março de 2017
O MUNDO É UMA BOLA QUE REBOLA E A CADA VOLTA QUE DÁ MUDA A FACE DAS COISAS.
Era o inimitável Vasco Santana quem pronunciava esta frase num filme cujo nome já não recordo qual seja: "o mundo é uma bola que rebola, e a cada volta que dá muda a "facie" das coisas". Hoje, sobram razões para confirmar a realidade daquela afirmação.
O que ontem está certo, amanhã é duvidoso que irá continuar assim. As pessoas agem em função de diretivas tomadas muitas vezes por um ou reduzido número de decisores oficiais, segundo a sua própria cartilha de ideias, cultura, convicções e, às vezes, interesses privados. Na grande maioria dos assuntos que interessam à vida das pessoas, a liberdade de escolha é ilusória porque tudo está condicionado na origem e as opções circunscritas às ofertas (legais ou comerciais) disponibilizadas aos putativos compradores.
Muitos se recordarão das intervenções que ao longo dos anos tem vindo a acontecer no Largo Capitão Gaspar de Castro (e as que estão previstas virem a acontecer porque a última requalificação não foi concluída) e não lhes são indiferentes aquelas que mais recentemente vão ocorrendo. É o caso das fachadas em pedra trabalhada de algumas das casas mais antigas do Largo, as quais, requerendo os respetivos proprietários licença para obras de requalificação, fazem-no sob imposição de cobrir o granito com cal branca, por sujeição às regras aprovadas sob proposta de gabinetes ditos especializados que estabeleceram a zona restrita de intervenções condicionadas.
Não é relevante avaliar nestas situações o melhor ou menor efeito estético da mudança do antigo rosto dos edifícios do centro cívico da freguesia. O que é de algum modo curioso e significativo, é que tão depressa se entende ser obrigatório manter o antigo na versão original. como logo depois se impõe seja alterado segundo novas normas e projetos.
Quem paga? Ora, ora...
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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