sábado, 18 de março de 2017
APENAS ALGUNS SE SAFAM NA SAFRA DA LAMPREIA.
Andam desiludidos os pescadores de lampreia ao bicheiro no rio Lima, com a escassez de peixe que nesta fase da época aparece na zona mais frequentada a jusante e a montante da ponte de Lanheses. Na alternância das marés todos os dias os amadores com zona demarcada exclusiva (licenciada) vigiam a corrente numa espera paciente, cansativa, perseverante, para surpreender o longilíneo e onleante ciclóstomo a repousar da longuíssima jornada, que, em caso de êxito uma ou duas vezes que seja, não satisfaz minimamente a intensa procura do mercado. Definitivamente, este ano, quem esperava enfartar-se à mesa com a tradicional arrozada de lampreia, à bordalesa, assada, fumada ou mais "p'rafrentemente" "à suchi"´ (brrrrrr), seja lá o paladar que daí possa saborear-se, a 10€ (ou menos) o exemplar como nas épocas da abundância -nem o cheiro lhe tomará, dizia-me esta manhã um dos pescadores ao atracar a barquinha de fundo chato de volta (de novo) sem peixe.
E vai piorar, porque, sendo cumprida a lei, a pesca à lampreia vai ficar suspensa entre 26 do corrente mês de março e 5 de abril, o último com "r" a partir do qual (dizem os apreciadores) a lampreia já não tem tanta qualidade. (A repetição também enjoa...).
A tradição já não é (cada vez mais) o que era. Pelo menos não tem o mesmo valor simbólico (e social) que em anos idos continha. Era o facto dos pescadores cuja atividade constituía a única ou principal forma de vida e sustento da numerosa família, oferecerem a primeira lampreia da safra ao Reverendo Abade da freguesia ou a personalidades destacadas da comunidade como o médico de família ou figura influente da área administrativa local. Não ficaria surpreendido se o costume ainda se mantivesse mas se acontece não é tão transparente (e desinteressado...) quanto o foi.
´ A míngua da lampreia da pesca artesanal nos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Douro, a norte, cujo especimen é mais procurado atinge mais os praticantes amadores tradicionais. Na área da pesca profissional, seja com redes ou outras técnicas licenciadas, a pesca satisfaz grande parte do mercado, também com os contingentes que vêm do estrangeiro designadamente de França. Ouvem-se denúncias de artes clandestinas mas isso são contas de "outro rosário"...
A PEDRA DAS LAMENTAÇÕES.
Fotos: doLethes
Remígio Costa
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