A PRAÇA PERDEU A GRAÇA
Ruiu a casa
da graça
A praça
ficou mais pobre.
Agora, quem
por lá passa
Olha, e nada
descobre.
Por cima do
casario,
Rajada de
vento agreste,
Do cheio
tornou vazio
A casa
desaparece.
Faz uma
ausência de mágoa
Que precede
a despedida
Que o
coração abafa
Sem diluir a
ferida.
Sem régua e
sem esquiço,
Ou saberes
de geometria,
Faz a abelha
um cortiço
Obra de
engenharia
No desatino
do tempo
Voraz,
avassalador,
Desfez-se a
ara do templo
Ruindo no
chão com fragor.
Os aviões
vão e vêm
A riscar
traços no céu;
Voam nas
asas que têm
As penas guardo-as
eu.
Há na
primavera encanto
Por trazer
de volta as cores,
E aos ramos
verdes o canto
Das aves,
nossos amores.
Quebrou na
praça o encanto,
Já não tem
graça que sobre.
Resta a
poesia em pranto
Nada há que
a console.
Remígio
Costa, 2016/Novembro
No desatino do tempo!!! Ai o tempo esse relógio inflexível...que manda...grita...controla e marca o fim do caminho. O tempo!!!
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