MÃOS
Mãos macias, brancas, delicadas,
Mãos calosas, duras e gretadas;
Mãos que abençoam,
Mãos que perdoam,
Mãos que afagam com ternura
Um rosto inundado de luar.
Mãos que acenam um adeus dorido
Num aperto de alma de amor sofrido
Por tanto amar.
Mãos que noivam em cúmplice enlevo
Num jardim edílico que guarda segredo
Das promessas de amor que ouve ciciar.
Mãos que ceifam searas
e do trigo fazem pão,
Mãos que entrelaçam, ledas, o fio de linho
para fazer com carinho
o seu próprio enxoval.
Mãos de oleiro que o barro molda
No rodopio das voltas que a roda dá
É o calor que delas evola
Que identifica a alma que nele há.
Maio/2014
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