sexta-feira, 2 de setembro de 2011
A OUTRA AGONIA DE VIANA DO CASTELO.
Ainda mal se apagaram os os ecos da Romaria da Senhora d'Agonia e de novo se ouvem já os apelos lancinantes da outra agonia que atormenta a cidade Princesa do Lima e a região minhota de há anos a esta parte, de Melgaço até ao mar, de Valença ao Rio Neiva, cuja causa tem origem na ameaça de extinção que vem pairando sobre a os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, actualmente o maior construtor naval que ainda existe em Portugal. Trezentos e oitenta trabalhadores lutam pelo trabalho que lhes garanta o pão para as suas famílias, a cidade desespera por ver extinguir-se o último grande factor da sua sustentação económica, a região mais pobre da Europa vê, assim, diminuídas as suas possibilidades de encurtar o seu atraso em relação ao resto do país.
Várias acções têm os trabalhadores levadas a cabo de forma a chamar a atenção dos governantes, a fim de que seja encontrada uma solução honesta para a revitalização desta empresa, que já foi de referência em número de trabalhadores mas que ainda o é na competência técnica dos seus operários, do melhor que existe no ramo da construção naval no mundo. Talvez, por isso, seja muito apetecível a uma privatização insensível e calculista...
Esta tarde, os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, todos os minhotos, partiram para a sede do poder do Estado, em Lisboa, não com um convite no bolso para a pompa e circunstância de uma visita de honra por altura da Romaria da Senhora d'Agonia, mas tão somente a exigência do cumprimento do direito ao trabalho garantido na Constituição da República.
VIANA, NO CORAÇÃO E NO PÃO DE CADA LAR.
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