domingo, 1 de junho de 2025

SARAPATEL À PROVA PELA CONFRARIA DOS GASTRÓNOMOS DO MINHO NA FESTA DE SANTO ANTÃO

 

               O lindo e bem composto Programa da Festa do Orago Santo Antão, que decorre desde 29 de maio findo no morro do Largo do Calvário no Lugar de Santo Antão até hoje, domingo dia 1 de junho, da Freguesia Histórica de Lanheses, tinha como referência relevante para cumprir a tradição o reconhecido e apreciado "sarapatel" (miúdos de cabrito) confecionado no local "à moda da Santo Antão". Num ambiente modesto mas bem localizado e em excelentes condições para a convivência dos apreciadores do tradicional pitéu, participou pela primeira vez na história da festa um grupo formado em Confraria dos Gastrónomos do Minho, interessados na prova a servir, mas, essencialmente, na recolha de dados específicos sobre os ingredientes usados na confeção desde o passado até ao momento atual, para registo escrito.

              Depois do sarapatel era tempo do famoso "cabrito à moda de Santo Antão". Aceite a designação porque assim se publicita a festa, mas, tenho vindo desde há muito tempo a atribuir-lhe eu o nome de "cabrito à Tia Nina", explico porquê: nos primeiros anos da década de quarenta, teria eu cinco ou seis anos, o meu pai levou-me à festa em Santo Antão; a certa altura, ele e os amigos da sua relação com quem conversava, subiram uma rampa reduzida e entraram pelo portão da casa da Tia Nina e eu com eles (ainda hoje o acesso é o mesmo). Havia já mais gente idosa no coberto da entrada e na extensa eira do seu prolongamento, eu, irrequieto, andava por ali entre eles, e passando em frente a uma porta aberta vi que era uma cozinha. Panelas escuras de ferro em cima de trempe do mesmo metal e, por baixo, chamas intensas da lenha em combustão. Claro que desconhecia que dentro delas havia cabrito a estufar, contudo, logo depois, estava a saborear no espaço exterior com os experientes conhecedores, satisfeitos com o paladar e cozimento do produto bem como da qualidade do vinho verde tinto com que era servido e os addultos bebiam sem medida.

             Porque, durante alguns anos mais sempre ouvi falar do cabrito "à tia Nina", me acudia à cabeça serem desajustadas o "cabrito à  moda de Santo Antão", que o Orago certamente nunca provou por razões óbvias, ou "cabrito à Serra d'Arga", porque a expressão tem fundamento e abundava a espécie na serra, e "cabrito assim ou assado" com que noutros lados o manjar tem valor  chamativo com o adequado slogam de propaganda.

             Mas, não há razões fundamentadas para escolher uma outra designação qualquer para optar por ementa do cabrito. Não lhe acrescenta paladar nem a  carne fica melhor mesmo que o(a) cozinheiro(a) seja Chef.

             Bom apetite e melhor proveito. 

                    Três elementos da Comissão da Festa e quatro da Confraria dos Gastrónomos do Alto Minho.

 

Comissão da Festa a Santo Antão e elementos da Confraria dos Gastrónomos do Alto-Minho



            A CAPELA DE SANTO ANTÃO (INTERIOR) COM OS ANDORES





                                  DOIS AMIGOS COLABORADORES

        Remígio Costa 

        Fotos e texto.    

           

          

                

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