sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

CAÇADOR MORRE COM DISPARO ACIDENTAL DA PRÓPRIA ARMA

    

   


     João Paulo, de 40 anos de idade, vendedor ambulante de peixe e marisco, residente na freguesia de Lanheses, concelho de Viana do Castelo, foi vítima fatal de uma descarga da própria arma de caça no momento em que pretendia arrumá-la no furgão da sua viatura. O trágico acontecimento ocorreu cerca das 09:00h da manhã de quinta-feira, dia 9 de fevereiro corrente, no cantão do estacionamento a sul do Parque Verde, junto à margem direita do rio Lima, onde deixara a viatura.

    Não houve testemunhas presenciais do momento do incidente, contudo, uma ocupante de uma caravana que ali chegara no dia anterior e passara a noite, de nacionalidade holandesa segundo o que mais tarde constava no grupo de pessoas que entretanto perto do local se formara, ouvindo o estrondo do tiro tão perto, saiu para conhecer o que acontecera ficando em pânico e lavada em lágrimas ao constatar que um homem estava estendido no chão junto à traseira do furgão, jorrando sangue pela face, apresentando ainda sinais de vida. No Parque trabalhavam dois elementos da Junta de Freguesia nos habituais trabalhos de limpeza a quem a turista alertou para o que tinha presenciado, tendo um dos elementos entrado de imediato em contacto com os serviços administrativos da Junta para que fossem chamados ao local agentes da GNR da freguesia, tendo a primeira patrulha respondido com prontidão isolando desde logo a área circundante ao corpo. Seguidamente, chegariam mais reforços policiais, ambulâncias do INEM e hospitalar, dos Bombeiros de Ponte de Lima, e, por último, uma brigada especializada da PJ.

    A morte da vítima foi declarada no local.

    Pelo que se foi constatando pelos comentários formulados pelos familiares e amigos presentes, o João Paulo saíra de manhã cedo de casa para caçar. Estava licenciado e o dia autorizava a atividade na zona, tendo escolhido o sítio de Alvito, a cerca de um quilómetro para os lados da freguesia vizinha de Vila Mou. Depois de algum tempo de caça, a certa altura terá dito a quem o acompanhava que tinha de ir a casa com urgência, e foi então que voltou à carrinha onde, presumivelmente, teria diligenciado arrumar a espingarda. Por razões que apenas e autópsia e a perícia dos investigadores poderá apurar a arma, ainda com cartuchos por disparar, terá sido involuntariamente acionada atingindo o tiro o rosto do infeliz lanhesense causando-lhe a morte.

    O João Paulo era um moço sociável e pacato, granjeava e tinha amigos e era empenhado no seu negócio. Não se lhe conheciam divergências de nenhuma ordem em qualquer plano da sua vida quotidiana, era respeitado e respeitador, pelo que é despiciendo conjeturar cenários que de modo algum se conjugam com os factos em si mesmo e com o perfil de vida da infeliz pessoa.

    Remígio Costa

   

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