quinta-feira, 18 de maio de 2017

OS MELROS EM CHERNOBYL ESTÃO A DAR-SE BEM. POR CÁ, TAMBÉM NÃO.

 

      Estudos que estão a decorrer na área ambiental afetada pela explosão ocorrida num reator da central atómica em Chernobyl, detetaram em dezasseis espécies de aves, entre as quais o melro e o tordo, sinais de progressiva adaptação aos efeitos da radiação atómica libertada, subindo até os níveis de antioxidantes, e que o DNA danificado baixava com o aumento dos valores da radiação.

    É uma notícia (muito) animadora. Os melros não correm risco de extinção e gozam de estatuto de espécie protegida (os tordos não têm a mesma sorte, há sempre os discriminados nas sociedades de que fazem parte) e por mais prejuízos e incómodos que causem nos pomares, pagam os danos com a música inconfundível do seu mavioso canto. Ao despertar da aurora e ao cair do dia não há quem se lhes compare, nem mesmo o Salvador Sobral por mais valor que possua e o revele.


    Os da categoria dos aviformes, porque outros há que cantam em surdina, roufenhos, cacarejantes como galinhas chocas, que para se ouvirem a si próprios abafam o som da língua viperina à sombra do anonimato, com o olho no ninho da vizinha à espera de que, em lugar do ovo, a penosa evacue matéria orgânica que lhes satisfaça o gosto e o apetite. Melros há que não cantam, contam...com os da sua laia, não comigo.



Fotos: doLethes Remígio Costa

  

  



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